Uma chuva de tiros soava agora, mas nenhum era destinado a ela.

Só que não era mais exatamente um ronco; soava agora como um rosnado.

O cochichar de Olivetti soava agora mais como o sibilar deumacobra.

O irritante bipe eletrônico que sempre a perturbava soava agora quase como uma melodia.

A cantoria dos carregadores de pedra soava agora abafada, distante.

Até o timbre da sua voz soava agora diferente.

A voz em seu ouvido soava agora abertamente divertida.

Mas no lugar da voz do dublê soava agora aquela anterior, a do homem da escada.

Na sua cabeça, soava agora uma musiquinha remota, saltitante e fútil: "Loin du Bal".

A voz, que no passado arrebatara multidões e assombrara inimigos pela determinação, soava agora fraca e oscilante.

Repetiu-se o som; soava agora mais perto.

Ao mesmo tempo, sempre soubera que a encontraria e o que antes parecia milagroso soava agora como destino.

A combatente durona, que parecia tão à vontade lutando contra os agropólios mundiais, soava agora vulnerável e insegura.

O chocalho que antes a encantara soava agora incessantemente, marcando um ritmo complexo e sempre variado em sua cama.

Eu tinha conseguido diminuir o volume da raiva da Daphne e da Jessica, que soava agora como um zumbido baixinho no meu ouvido.

Ali fora havia apenas um quase nada de fumaça, e o barulho do incêndio, tão ensurdecedor ali dentro, soava agora como uma brisa distante.