1O que não contava é que o rifão lhe saísse tão certo.
2Lá diz o rifão: mulher de parto lento e de bigode.
3Há um velho rifão que diz que havia gigantes naqueles dias.
4Enfim, lá diz o rifão que Deus dá o frio conforme a roupa.
5Para brigar diz um rifão que são precisos dois.
6Que, lá diz o rifão: Ramos molhados, carros carregados.
7Você, que é antigo, deve de conhecer o rifão.
8O Casamento e a mortalha... lá diz o rifão.
9É a história do rifão chinês: senta-te à beira do rio, e verás passar o cadáver do teu inimigo.
10Mas não há de ser nada, porque como diz o rifão em qualquer pocinho d'água, Deus pode fazer um peixe.
11O rifão popular é que não podia faltar: casa com a filha do rei, que as pazes eu as farei.
12É verdade que eu encontrei alguns em África que me fizeram lembrar o velho rifão, "Em casa de ferreiro, espeto de pau."
13Era o que o rifão popular alude ainda, quando para significar a indigência a exprime: "Sem eira, nem beira, nem ramo de figueira."
14Mas não o quis assim a mofina e a pressa do seletor; cumpriu-se o rifão que diz: que às vezes paga o justo pelo pecador.
15O rifão seria mais completo e verdadeiro se se aplicasse a todas as nossas ações e se referisse mesmo a todas as coisas deste mundo.
16Talvez esse rifão ou mote, "Agosto, mês de desgosto", nem fosse brasileiro, mas português, como outros tantos ditos que atravessaram mares e gerações.